As divindades dos Sumérios
A Suméria é a mais antiga civilização conhecida da região do sul da Mesopotâmia (atual sul do Iraque), na região dos rios Tigre e Eufrates, no período de 3300 a 1200 a.C., e uma das primeiras civilizações do mundo, junto com o Egito Antigo e o Vale do Indo. Alguns estudiosos acreditam que a civilização foi formada por um povo da Ásia Ocidental (proto-eufratianos) que falava a língua suméria, uma língua isolada, entre 5500 e 4000 a.C. Outros, no entanto, sugerem que os sumérios viveram ao longo da costa da Arábia Oriental, a atual região do Golfo Pérsico, antes da área ser inundada no último período glacial.
Eram um povo não semita, e o primeiro povoamento civilizado teria sido em Eridu. No terceiro milênio a.C. haviam criado pelo menos doze cidades-estados autônomas: Ur, Eridu, Lagaxe, Uma, Adabe, Quis, Sipar, Laraque, Aquesabe, Nipur, Larsa e Bad-tibira. Com a crescente rivalidade entre as cidades, cada uma instituiu um rei, e tinha a sua divindade própria.
A Suméria foi conquistada pelos reis de língua semítica do Império Acadiano por volta de 2270 a.C., mas o sumério continuou sendo usado como uma língua sagrada.
As práticas e crenças adotadas variaram largamente através do tempo, cada cidade possuindo suas divindades. Entre os principais deuses estavam An, deus do céu; Nammu, a deusa-mãe; Inana, a deusa do amor e da guerra (equivalente à deusa Istar dos acadianos); e Enlil, o deus do vento. Cada um dos deuses sumérios era associado a cidades diferentes, e a importância religiosa a eles atribuída intensificava-se ou esmorecia, dependendo do poder político da cidade à qual estavam associados. Segundo a tradição do povo sumério, os deuses criaram o ser humano a partir do barro com o propósito de lhes servirem. Quando estavam zangados ou frustrados, expressavam seus sentimentos por meio de catástrofes naturais. A essência primordial da religião suméria baseava-se, portanto, na crença de que toda a humanidade estava à mercê dos deuses.
A cosmogonia acreditava que o universo tinha surgido quando Nammu enrolou-se em si mesma, num ato de autoprocriação, gerando Anu, deus do céu, Antu, deusa da Terra e Zuri, deus do submundo. Também teve um filho, Enqui, responsável pelos decretos sagrados que governavam a ordem social e a lei.
A união de Anu e Antu gerou Enlil, que se tornou o líder do panteão. Enlil foi expulso de Dilmun (a morada dos deuses) por ter violentado Ninlil, e a deusa teve um filho, Nana, o deus da lua (mais tarde chamado de Sin). Da união posterior entre Sin e Ningal nasceram Inana (deusa do amor e da guerra) e Utu (deus do sol, depois chamado de Samas). Enlil tornou-se pai de três divindades do submundo, sendo o mais famoso Nergal, que foi viver junto com Zuri e Ninlil.
Os templos sumérios eram chamados zigurates e tinham o formato de pirâmides, com a presença de degraus, possuindo de três a seis andares.
Os deuses sumérios influenciaram várias religiões, tendo representações similares entre os acadianos, canaanitas, babilônicos, egípcios, moabitas, assírios e outros povos que habitaram regiões da Europa e do Médio Oriente.