A infinitude humana

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Platão usava a palavra grega éros ao falar do desejo que o homem tem da beleza, da excelência, do conhecimento e da eternidade.

O homem foi criado a partir do nada, por conseguinte, que ele nada foi ao longo de uma eternidade e, não obstante, será imortal no futuro. No que se refere ao tempo infinito após a morte, poderá consolar-se com o tempo infinito. André Malraux escreveu em “A condição humana” que são necessários sessenta anos de incríveis sofrimentos e esforços para formar um indivíduo desses, e aí ele só serve para morrer. Não se pode encontrar algum sentido nisso. O homem é o único ser que pensa a sua vida, que projeta, ou seja, ele tem consciência da sua existência, das suas limitações e finitude. Vive não só o seu momento presente, mas é capaz de projetar-se no futuro e recordar o passado. Sendo o homem consciência, ele aspira ao transcendente; não se satisfaz com o simples existir. Sabe que, apesar de sua finitude, traz dentro de si a chama de eternidade. Sören Kierkegaard, propõe que o homem aceite sua condição de finitude, mas que carregue em si o desejo de infinito, que se torne discípulo da angústia. Pois somente assim a angústia assumirá para ele um sentido positivo, e o ajudará a dar o salto qualitativo. Salto possível somente ao homem que não aceita a simples transitoriedade da vida.