As hipotéticas religiões proto indo-europeias
Os indo-europeus foram os povos originários das estepes da Ásia Central ou dos planaltos iranianos (também chamados arianos) que, a partir do final da Era Mesolítica (entre 10000-4000 a.C.), migraram para a Europa. Por falta de indicações fornecidas pela história, foi um período que não deixou nenhum testemunho direto de seus atos, nem de seus pensamentos e apenas a linguística pode auxiliar a reconstruir evidências desse período.
Acredita-se que houve um desenvolvimento num processo de evolução paralela desses povos. As evidências arqueológicas, onde alguma possa ser encontrada, são difíceis de serem associadas a uma cultura específica.
Georges Dumézil (filólogo comparativo, francês, 1898-1986) sugeriu uma divisão para muitas dessas sociedades: o clero, a classe guerreira e os camponeses ou lavradores.
De acordo com o acadêmico russo Alex Fantalov (mitólogo russo), há apenas cinco arquétipos principais para todos os deuses e deusas de todas as mitologias indo-europeias. Ele também propõe que esses cinco arquétipos eram possivelmente as deidades originais do panteão pré-proto-indo-europeu. São o deus do céu, o deus do trovão, o deus da Terra, o herói cultural e a deusa mãe. O herói cultural parece ser um tipo de semideus, filho do deus do céu ou do deus do trovão, e que foi considerado o ancestral da raça humana, o psicopompo (guia de almas).
A noção de deus do indo-europeu é uma abstração à qual se chega, em parte, exteriorizando certas noções da experiência humana e, em parte, negando outras noções da experiência, de maneira a criar uma diferença entre o homem e deus.