Celebrações no hinduísmo – Índia

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Khumba Mela, o principal festival do hinduísmo

O Khumba Mela (de khumb, “pote” e mela, “festival”) ocorre quatro vezes a cada doze anos na Índia, alternando entre quatro cidades: Prayagraj, Ujjain, Nashik e Haridwar. Cada ciclo de doze anos inclui o Maha Kumbha Mela (maha, “maior”) em Prayagraj, onde milhões de devotos hindus se reúnem para se banhar no Sangam, local de encontro dos rios sagrados Ganges, Yamuna e Saraswati para se purificar, naquele que é o maior festival religioso do mundo.

Em 2007 ocorreu em Prayagraj o Ardh Kumbh Mela, que encerrou um ciclo de doze festivais em 144 anos de evento, atraindo mais de 70 milhões de pessoas. Em janeiro de 2013, em Prayagraj, outra edição do Khumb Mela, reuniu cerca de 100 milhões de participantes durante os 55 dias do evento.

O Kumbha Mela se baseia numa lenda segundo a qual deuses e demônios entraram em guerra por causa de um pote que continha o néctar da imortalidade. Algumas gotas do néctar caíram em quatro cidades da Índia: Prayagraj, Ujjain, Nashik e Haridwar, onde o Khumba Mela acontece.

A lenda conta que os deuses e os demônios lutavam pela “kumbh” (jarra, pote), onde se encontrava o “amrit” (néctar), criado pelo “sagar manthan” (o escumar dos oceanos). Jayant, filho de Indra, escapou com a “kumbh” e, por doze dias consecutivos, os demônios lutaram contra os deuses pela posse da jarra. Finalmente, venceram os deuses, beberam o “amrit” e alcançaram a imortalidade.

Khumba Mela, o principal festival do hinduísmo

Aarti, cerimônia às margens do Ganges

A cerimônia Aarti visa à purificação dos adeptos hindus. Realiza-se nas cidades sagradas de Varanasi, Haridvar e Rishikesh. É um evento para honrar a deusa Ganga (o rio Ganges) que acontece diariamente ao fim da tarde, com muito perfume (incensos), luz, cânticos, sons de sinos e tambores e fogo. Os pandits, estudiosos do sânscrito, da lei, música e de filosofia hindus, executam uma rigorosa coreografia com candelabros e fogo e incensos. Os praticantes oferecem à deusa pequenas taças com velas acesas, que põem a flutuar no rio.

Aarti, cerimônia às margens do Ganges

Festival Holi

Também conhecido como Festival das Cores, o Festival Holi atrai multidões todos os anos. Acontece no mês de março, e comemora o início da primavera, com desejos de um ano de uma boa colheita.

Contam que o Holi, que significa fogo, remete ao temível rei Hiranyakashyap. Muito vaidoso, ele queria que todos no seu reino o adorassem, mas foi justamente o seu filho, Prahlad, quem resolveu adorar uma entidade diferente, Vishnu. Hiaranyakashyap combinou com a sua terrível irmã Holika, que tinha o poder de não se queimar, que ela entraria numa fogueira com Prahlad em seus braços para matá-lo. Mas foi Holika quem morreu carbonizada por não saber que o seu poder de enfrentar o fogo seria anulado quando entrasse na fogueira acompanhada de outra pessoa. O deus Vishnu reconheceu a bondade e devoção de Prahlad e salvou-o.

Holi também celebra a lenda de Radha – deusa e consorte de Krshna –, que descreve o extremo prazer que Krshna teve na aplicação de cor sobre a consorte. Essa brincadeira de Krshna, mais tarde, tornou-se uma tendência e parte das festividades do Holi.

A festa acontece em toda a Índia, porém é na cidade de Vrindavan, ao norte, cidade onde Krshna nasceu e passou a infância e juventude, onde a festa é celebrada com mais intensidade.

Festival Holi

O festival de Navratri

O festival de Navratri acontece em outubro e dura nove dias, que são dedicados a três deusas: Durga, a deusa suprema; Lakshmi, a deusa da prosperidade e Saraswati, a deusa da sabedoria e do conhecimento.

O dia é exclusivamente para orações, jejum e solenidades, enquanto as noites são passadas em alegria e folia.

As festividades noturnas variam de região para região. As mais famosas e coloridas são as danças dandiya e garba – danças folclóricas regionais – dos estados ocidentais de Gujarat, Rajastão e Maharashtra. Os dançarinos se movem em círculos, às vezes com passos diferentes, em pares ou em grupos em torno de uma lâmpada iluminada para representar a luz da deusa mãe, Durga. Em praças públicas, uma madeira ornamentada, latão ou aço inoxidável decorado com tinsel – tiras finas de material cintilante presas a um fio –, é iluminado com dezenas de lâmpadas de óleo.

Em Punjab, na região da Caxemira, as pessoas organizam jagrans (vigílias) para cantar canções devocionais a noite toda em louvor à deusa mãe.

Diz a lenda que Navratri comemora a vitória da deusa Durga sobre o demônio Mahishasur. Dotado de poder pela bênção de Shiva, o demônio começou a destruir pessoas inocentes. Os deuses então invocaram a deusa Durga e pediram sua ajuda. A deusa partiu, montada em um leão, lutou com o demônio e cortou-lhe a cabeça.

O festival de Navratri