O budismo no ocidente

Banner Background

Entre 160 e 140 a.C., Clemente de Alexandria (escritor, teólogo, apologista cristão grego nascido em Atenas) escreveu sobre os contatos entre o budismo índio, da época do rei Menandro (o primeiro ocidental documentado de ter se convertido ao budismo), que reinou sobre Punjab naquele período, com os gregos Gandhara e Bactriana. No século VIII, Marco Polo (mercador, embaixador e explorador veneziano cujas aventuras estão registradas em As Viagens de Marco Polo, um livro que descreve para os europeus as maravilhas da China) relatou em seus escritos sobre Buda e testemunhou o encontro com monges tibetanos na Corte de Kublai Khan, na China. Jean de Monte Corvino, em 1306, relatou ter encontrado monges budistas na China e no Sri Lanka, assim como Jean de Marignolli, já em meados do século XIX. O húngaro Csoma de Körös residiu no Himalaia a partir de 1823. Em 1836, Abel Remusat publicou, em francês, os primeiros textos búdicos traduzidos do chinês, A relação dos reinos búdicos, e em 1844, Eugéne Burnouf publicou A introdução da história do budismo. Edwin Arnold publicou em 1879 A luz da Ásia. Schopenhauer, Edgar Quinet, Ernest Renan e Nietzche foram alguns dos nomes de intelectuais que se interessaram pelo budismo.

A sociedade teosófica de Helena Blavatsky se apropriou do budismo, principalmente na Europa, no final do século XIX. Alexandra David Neel, entre 1939 e 1946, viajou por diversos países, e atravessou a Manchuria, a Sibéria, a China e o Tibet. Evans-Wentz, em 1927, com a ajuda do lama Kazi Dawa Samdup, traduziu o Bardo-Thodol, o livro dos mortos tibetanos, e em 1933, traduziu o Yoga tibetano e doutrinas secretas. Por último, no ano de 1952, escreveu O livro tibetano da grande liberação.

Até a década de 1960, os eruditos ocidentais estudaram o budismo baseados em pesquisadores como Sylvain Levi, Éttiene Lamotte, Louis Poussin, Jean Filliozat, Louis Finot e Caroline Rhys David.

Iniciou-se, então, a implantação de diferentes correntes budistas no ocidente, e novos budistas emergiram do próprio ocidente.

Portanto o contato, em grande escala, do budismo com o ocidente somente se deu muito recentemente.

 

O budismo Zen no ocidente

No começo do século XX, Paul Carus, autor do Evangelho de Buda, convidou o japonês Daisetsu Suzuki e seu discípulo Shaku Söen, com o propósito de adaptar o Zen as tradições e cultura ocidentais. Em 1931, foi fundado em San Francisco, Califórnia, o primeiro centro Zen, Mentogarden Zendö. Depois, diversos outros mestres foram para os Estados Unidos e fundaram outras escolas em cidades americanas. Na Europa, foi Taisen Deishimaru que em 1970 chegou em Paris e criou a Associação Zen da Europa.

 

O budismo tibetano no ocidente

Um dos pioneiros no ocidente foi Chogyam Trungpa Rinpoche que, em 1967, fundou o primeiro centro tibetano, na Escócia, Samye Ling. Em 1973, Dharmadhatu de Bolder, iniciou no Colorado, Estados Unidos, os seminários Vajradhatu, e em 1974, criou o Instituto Naropa, que se tornou uma universidade. Outros nomes se seguiram, fundando outros centros de estudo e de meditação, tanto na Europa como nos Estados Unidos e no Canadá. Hoje, o décimo quarto dalai-lama, Tendzin Gyatso, nascido em 1935, é o principal representante do budismo tibetano.