Os dilúvios de Gilgamesh e o dilúvio bíblico, mais de mil anos depois

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A Epopeia de Gilgamesh é um antigo poema épico mesopotâmico, escrito pelos sumérios, próximo ao ano de 2000 a.C. Essa história narra os feitos de Gilgamesh, rei de Uruk, em sua procura pela imortalidade. Ela é considerada a obra de literatura conhecida mais antiga da humanidade. Foi localizada por arqueólogos, no século XIX, onde ficava a antiga cidade assíria de Nínive, em doze tábuas de argila, cada qual contendo cerca de 300 versos.

A epopeia conta que, quando os deuses enviaram um dilúvio para destruir o mundo, quase todos os humanos e animais pereceram. Só então os precipitados deuses se deram conta de que não restara ninguém para lhes fazer sacrifícios. Ficaram loucos de fome e de aflição. Felizmente, uma família humana tinha sobrevivido, graças à previsão do deus Enki, que instruíra o pio Utnapishtim a se abrigar numa grande arca de madeira na companhia de seus parentes e de uma coleção representativa de animais. Quando as águas do dilúvio baixaram e esse Noé mesopotâmico saiu de sua arca, a primeira coisa que fez foi sacrificar alguns animais aos deuses. Então, continua a epopeia, todos os grandes deuses correram para lá: “os deuses farejaram o sabor, os deuses farejaram o doce sabor, os deuses enxamearam como moscas em torno da oferenda”.

A história bíblica do dilúvio, escrita mais de mil anos depois da versão mesopotâmica, também relata que, imediatamente após deixar a arca, “Noé construiu um altar para o Senhor e, tomando alguns de seus animais limpos e de suas aves limpas, ele sacrificou sobre ele oferendas ardentes. O Senhor sentiu o agradável aroma e disse consigo mesmo: ‘Nunca mais amaldiçoarei a terra por causa dos humanos’” (Gênesis 8, 20-1).