Os gregos e o panteão de deuses
A civilização grega abrange desde 2000 a.C. (período pré-Homérico) até 146 a.C. (período Helênico). Ciência e religião não eram separadas e aproximar-se da verdade significava aproximar-se dos deuses. Os reis também eram os sacerdotes da época.
O conceito grego de divindade variava de local para local, mas era comum reconhecerem os doze deuses do Olimpo: Zeus, Hera, Poseidon, Apolo, Ártemis, Afrodite, Ares, Hefesto, Atena, Hermes, Deméter, Héstia e Dionísio. Havia outros deuses e heróis, inferiores.
Na época das pólis (800-500 a.C. – a Grécia não era um país ou Estado, era formada por várias organizações regionais e as pólis), cada local tinha preferência por certas divindades em seus cultos e ritos, mas compartilhavam com outras pólis algumas práticas em comum, como a realização de grandes festas. Não existia um conjunto de crenças estruturadas e organizadas de maneira homogênea e praticada por todos os gregos. Valorizavam os rituais, pois acreditavam que deles dependia a sorte dos humanos. Os ritos giravam em torno do altar de sacrifícios, acompanhados de músicas, cânticos, jogos e competições. As relações de poder pertenciam ao núcleo da religiosidade grega e também se manifestavam nos rituais.
A religião era um conjunto de princípios míticos que se ocupava em explicar a origem do universo, em que a vivência espiritual se sustentava em crenças formuladas a partir de fenômenos que o homem não conseguia explicar. O início do universo teria acontecido com o surgimento espontâneo do Caos (deus primordial), de Gaia, do deus inferior Tártaro e de Eros, força que possibilitava a união entre os seres. A religião na Grécia Antiga possuía conexão e ligação com todos os aspectos da vida das pessoas, seja na sociedade ou na política, cumprindo um papel individual e coletivo para os indivíduos. Hierós significa sagrado, em grego antigo, e pode ser traduzido como “aquilo que não se pode tocar”. O sagrado é concebido após o homem se deparar com as forças da realidade e as que a superam, para, a partir daí, conceber a realidade entre terrena e transcendente.
Os templos gregos
No século V a.C., quando as guerras entre os gregos e os persas chegaram ao fim, o governante Péricles reconstruiu os templos perdidos em batalhas. Em Atenas foram erguidos templos como o Partenon, o Erekhtheion, o Propileu e o templo de Atena Niké. Os templos não eram um espaço onde os fiéis adentravam para a celebração de ritos religiosos, mas lugares restritos aos sacerdotes, que abrigavam a estátua do deus cultuado, visível pelos fiéis que estavam de fora. O culto propriamente dito, cerimônias de sacrifício, por exemplo, aconteciam geralmente ao ar livre, em lugares altos e isolados.