Os humanos poderiam ser melhores

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Outros animais levam vantagens sobre nós, humanos, no que diz respeito a velocidade, força, resistência, habilidades de escalar ou cavar, camuflagem, visão, olfato ou audição, domínio do ar ou da água. A nossa única vantagem talvez seja o pensamento, caracteristicamente humano.

Em muitos momentos o Homo sapiens foi apenas intermediário na cadeia alimentar.

Se fomos criados, o criador poderia ter-nos feito de outro modo? Por que não nos fez melhores? Com os atributos e qualidades dadas a outras espécies?

Assim, não fomos criados perfeitos. Nem espiritualmente, pela corruptibilidade e ignorância, e nem materialmente.

Se evoluímos de seres unicelulares, há bilhões de anos, foram as pressões do processo evolutivo que deram à adaptação de cada espécie?

 

Velocidade

Somos desajeitados para andar e correr. O animal terrestre felino, guepardo, chega a correr cerca de 115 quilômetros por hora. O falcão-peregrino, uma ave de rapina, é capaz de atingir 320 quilômetros por hora em um voo. A maior velocidade atingida pelo homem foi de 43,9 quilômetros por hora.

 

Ecolocalização

Os morcegos experimentam o mundo por meio da ecolocalização. Emitem um fluxo muito rápido de chamados em alta frequência, bem além do alcance do ouvido humano. O eco dos sons fornece aos morcegos uma quantidade imensa de informação sobre os arredores. O tempo que leva para um eco retornar, por exemplo, mostra a distância de um objeto; já as mudanças na frequência do som ao reverberar em outra criatura podem revelar a direção e a velocidade do movimento do animal.

Eles são capazes de detectar e interpretar os ecos que retornam para construir uma imagem do mundo. Essa imagem é tão detalhada e precisa que os morcegos podem voar rapidamente entre árvores e edificações, caçar, capturar mariposas e mosquitos e esquivar-se de corujas e de outros predadores. Morcegos podem detectar diferenças nas distâncias entre eles mesmos e sua presa com precisão entre 4 e 13 milímetros. Assim como no mundo dos humanos cada objeto tem um formato e uma cor característicos, no mundo dos morcegos cada objeto tem um padrão próprio de eco.

 

Força

Em comparação aos humanos, os gorilas são animais que têm de 4 a 9 vezes a força de um homem normal. Um gorila pode chegar a levantar até 1800 quilogramas de peso, enquanto um homem corretamente treinado pode levantar no máximo 900 quilogramas, a metade da força de um gorila. Um experimento realizado demonstrou que um gorila adulto pode lançar quase 450 quilogramas de força, por sua vez um homem normal conseguiu um máximo de 100 quilogramas, quase cinco vezes menos.

 

Resistência

Os camelos podem ficar cerca de 2 semanas sem água e 1 sem se alimentarem. As paredes da cavidade nasal têm a capacidade de absorver água. Quando o animal expira, as paredes retêm a umidade do ar que está saindo e quando inspira, o ar seco passa pelas paredes e leva para dentro o que havia sido absorvido. O dorso do camelo é recoberto por um pelo denso que ajuda a proteger do calor solar e diminui a transpiração. A quantidade de urina que o animal elimina também é pequena, se comparada à quantidade de bebida que ele ingere. Suas corcovas são uma grande reserva de gordura que se acumulam nos meses em que há alimento. Esses animais chegam a tomar aproximadamente cento e cinquenta litros de água de uma só vez.

 

Camuflagem

Corujas, sapos, aranhas, são alguns das dezenas de animais que se camuflam nas folhas, troncos, solos, principalmente para se protegerem de predadores.

 

Visão

Nós, humanos, enxergamos luz apenas nas cores do arco-íris (entre o violeta e o vermelho).

Os espectros da luz e do som são muito maiores do que nossa capacidade de ver e ouvir. Enxergamos a luz apenas em comprimentos de onda entre quatrocentos e setecentos nanômetros. Isso ocorre porque as proteínas que iniciam a tradução da luz em neurotransmissão nos fotorreceptores, chamadas de opsinas, operam apenas nesses comprimentos de onda. Acima desse pequeno principado da visão humana estendem-se os invisíveis, as ondas infravermelhas, as micro-ondas e as ondas de rádio e, abaixo dele, os reinos escuros do ultravioleta, dos raios X e dos raios gama.

Se pudéssemos perceber os raios X, nossos ancestrais poderiam ter se comunicado entre si a grandes distâncias; poderiam ter examinado proveitosamente o interior oculto de plantas, pessoas, outros animais e minerais.

A complexidade do sistema de visão da abelha é comparável à do humano, já que também possui receptores para três cores – ultravioleta, azul e verde, enquanto o aparato humano enxerga azul, verde e vermelho. A visão da ave falcão enxerga um comprimento de onda ultravioleta, indicando aonde está a presa, por exemplo.

Serpentes-píton, jiboias e jararacas veem o mundo com um detalhe a mais: também enxergam em infravermelho. Graças ao mecanismo, conseguem rastrear presas a até um metro de distância pelo calor de seus corpos.

Elas utilizam a fosseta loreal, um órgão localizado próximo às narinas. É uma cavidade com uma membrana cheia de terminações nervosas sensíveis ao calor que atuam como receptores de infravermelho. Ainda que a fosseta loreal seja separada do sistema visual, seu conjunto de informações acaba numa parte do cérebro chamada de teto óptico. “Lá, os dois mapas do espaço – visual e infravermelho – se fundem em um só”, diz o neurocientista Michael Grace. Isso permite às cobras enxergar em infravermelho e luz visível ao mesmo tempo, ou mudar entre uma e outra. Quando estão caçando numa toca escura, elas podem usar o “mapa de calor” para abocanhar sua presa e então voltar à visão normal. Também podem usar os dois sentidos ao mesmo tempo quando a luz é suficiente para enxergar e está frio o bastante para que o calor da sua presa se destaque.

 

Magnetismo

Tartarugas-marinhas conseguem detectar o campo geomagnético da Terra com alta precisão. Seus sensores as guiam para desovar em águas mornas durante a primeira migração. Conforme o tempo passa, elas vão criando um mapa magnético detalhado e aprendem a reconhecer mais variações de força e direção das linhas dos campos. Outra é que existem fotopigmentos em seus olhos, os criptocromos, capazes de detectar quimicamente o campo magnético e fornecer um estímulo visual que a tartaruga-marinha utiliza como bússola. Assim, ela pode ver o campo magnético como um padrão, uma ampla gama de luzes ou cores que mudam de acordo com a direção para a qual ela olha.

 

Olfato

Um cachorro tem um olfato mil vezes mais sensível que o nosso. Eles têm cerca de 25 vezes mais receptores olfativos do que os seres humanos. Alexandra Horowitz, pesquisadora de cognição canina da Universidade de Columbia, em Nova York, explica que os cheiros têm diferentes camadas e provavelmente fornecem ao cachorro muito mais informações. Quando um cão respira normalmente, o ar não passa diretamente sobre os receptores do olfato. Mas quando o cão quer cheirar, o ar percorre todo o caminho para os receptores do olfato, fazendo dele uma verdadeira máquina de identificação e de interpretação de sinais olfativos.

 

Audição

O ouvido humano não é um detector perfeito de ondas sonoras. Há frequências (menos de vinte ondas a cada segundo) que são baixas demais para serem percebidas por nós, embora as baleias se comuniquem facilmente nesses tons baixos. Da mesma forma, há frequências (mais de vinte mil ondas a cada segundo) demasiado elevadas para os ouvidos humanos detectarem, embora os cães não tenham dificuldade. Existem campos sonoros (um milhão de ondas por segundo) que são desconhecidos para a percepção humana direta.

A cabeça das baleias e dos golfinhos é um labirinto de câmaras de ressonância e lentes acústicas que proporciona não só uma audição extraordinária, mas também vozes complexas. As canções distintas das baleias jubarte parecem ser cantadas apenas por machos em busca de fêmeas.

Baleias podem ter experiências musicais espantosas. Elas podem ouvir uma à outra a centenas de quilômetros de distância, e cada baleia tem um repertório de “canções” características que podem durar horas e seguir padrões muito intricados.

Os cientistas dizem que a audição extraordinária dos mamíferos marinhos evoluiu de modo a compensar a má visibilidade sob as ondas, fazendo com que eles se beneficiem das qualidades únicas da água do mar. O som viaja cinco vezes mais rápido na água do que no ar e sofre uma diminuição muito menor.

Se considerarmos o criacionismo, nosso criador poderia ter-nos feito melhores. Se pensarmos no evolucionismo, nós, humanos, buscamos a evolução do nosso cérebro, o que nos deu uma grande vantagem sobre os outros animais. Nesse último caso, as casualidades naturais, então, podem fabricar em nós monstruosidades ou maravilhas.

Pensando o criacionismo, talvez nossa concepção realmente poderia ter sido melhor, porém fomos feitos conforme o planejamento de nosso criador. A teosofia diz que Deus foi o arquiteto supremo, porém não executou a criação.

Pelo evolucionismo, os cientistas datam a origem da vida 4 bilhões de anos. As primeiras formas de vida foram anaeróbicas, já que a abundância de oxigênio na atmosfera ocorreu apenas meio bilhão de anos depois. Partimos de um ser unicelular e somente faz somente 580 milhões de anos que evoluímos para seres multicelulares (água vivas, anêmonas – seres aquáticos), possuidores de neurotransmissores e quimiotaxia. Depois, há 400 bilhões de anos surgiram os insetos aéreos, porém, depois disso é que os seus genes se organizaram para a construção de aparatos sensoriais refinados. Damos um grande salto no tempo e entre 263 e 63 milhões de anos, aparecem os dinossauros, com uma coordenação extrema de autorrepresentação (a ciência não dispõe de cérebro fossilizado de dinossauros), e do mundo exterior.

Descobrimos que compartilhamos com o chipanzé 98% dos nossos genomas, portanto é um parente próximo. Tivemos um ancestral comum há mais de 4 milhões de anos, provavelmente na África.

O aumento do cérebro dos nossos ancestrais começou a acontecer há aproximadamente 2 milhões de anos. Pouco mais de 30 mil anos atrás, existiam cinco espécies de hominínios no planeta: os sapiens, os neandertais, os erectus, os denisovanos, e os floresiensis. Todas foram extintas, exceto o sapiens (nós).

O que presume a existência de hominínios no período de 5 milhões de anos até 12 mil anos atrás são os fósseis achados nas regiões do Leste da África. Em 2001, o pesquisador Michel Brunet achou um crânio de hominínio no deserto do Chade, na região de Toros Menalla, na África Central. Outro fóssil foi encontrado na primeira metade dos anos 90, o Ardipitecus ramidus, na Etiópia, datando de aproximadamente 4,5 milhões de anos.

O fóssil do Australopithecus aforensis (Lucy) foi encontrado na Tanzânia, em 1970, e data de aproximadamente 3,2 milhões de anos.

O Homo habilis, o primeiro representante do gênero Homo descoberto e cujo nome foi dado em razão da sua capacidade de fabricar – foram encontradas ferramentas de pedra lascadas no mesmo sítio arqueológico onde foi encontrado o seu crânio –, na Tanzânia, na Garganta de Olduvai.

Há 2 milhões de anos, na África, foi descoberto o Homo erectus. Sua capacidade craniana expandiu; o erectus foi o primeiro hominínio que deixou a África. Dele, também foram achados fósseis na China, em Java, no Cáucaso – o erectus ocupou a região oriental).

Nós, humanos, tivemos o cérebro evoluído, mas mantivemos uma massa corpórea proporcional, o que nos deu uma grande vantagem sobre os outros animais.

Mas por que evoluímos dessa forma e não de outra? Como nós humanos saímos do ponto de “homens das cavernas” e chegamos ao início de um pensamento que se tornou ciência (tempos de Platão e de Aristóteles)?