Peregrinações no islamismo

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A peregrinação a Meca

A viagem a Meca, na Arábia Saudita, é um dos pilares do islamismo e deve ser feita, pelo menos, uma vez na vida por toda pessoa que siga os preceitos religiosos islâmicos e que tenha condições de saúde e financeira. Mulheres podem fazer a hajj – ritual histórico de desapego, arrependimento e reflexão, junto com o testemunho, a reza, a esmola e o Ramadã –, desde que acompanhadas por um homem da família (mahram). Se tiverem mais de 45 anos, podem ir por conta própria, mas precisam de autorização escrita do mahram. A peregrinação só pode ser feita entre o 8º e o 13º dia do Dhu al-Hijja, o último, e sagrado, mês no calendário islâmico.

Em Meca, os peregrinos entram no pátio central da Grande Mesquita (Mesquita Alharam) e fazem o tawaf, rito de dar sete voltas ao redor da Caaba, a Pedra Negra sagrada do Islã. O percurso é feito em sentido anti-horário. Deve-se rezar e beijar a pedra.

A peregrinação a Meca

 

Os peregrinos então iniciam o sa’i, ato de ir e voltar sete vezes entre os pequenos montes Safa e Marwah, por um trecho de 400 metros, que hoje está integrado à estrutura da mesquita. O ato lembra o desespero da mulher de Abraão, Agar, enquanto buscava água para o filho Ismael.

Feitos esses três passos preparatórios, no oitavo dia de Dhu al-Hijja é iniciada a hajj: o peregrino faz uma reza matutina e sai de Meca para Mina, a oito quilômetros, onde passará o resto do dia e a noite rezando.

Após, na manhã seguinte, os peregrinos se dirigem ao monte Arafat, treze quilômetros ao leste de Mina, onde Maomé pronunciou seu último sermão. Os fiéis ficam ali até o fim da tarde em um estado de meditação chamado waquf, quando se arrependem de seus pecados, fazem preces e escutam sermões.

Depois do pôr do sol, os fiéis percorrem nove quilômetros a pé até Muzdalifah, uma área entre o monte Arafat e Mina. Lá, realizam orações e recolhem 49 pedras a serem usadas no terceiro dia de peregrinação.

Ao amanhecer do décimo dia de Dhu al-Hijja, os fiéis voltam a pé até Mina, onde fazem o ritual de apedrejamento da Jamrat al Aqabah, uma parede de 26 metros de largura que representa as tentações. Eles devem apedrejar a parede sete vezes, usando parte das pedras que recolheram em Muzdalifah.

Ainda em Mina, os fiéis simbolizam o sacrifício de um animal e cortam o cabelo.

Os peregrinos voltam a Meca, onde fazem outro tawaf, as sete voltas ao redor da Caaba.

Cerca de 2 milhões de pessoas participam da peregrinação, anualmente.

A peregrinação de Arbain, em Karbala, Iraque

Os xiitas, os seguidores de Ali, são 16% do total dos muçulmanos (o maior ramo é o dos muçulmanos sunitas, 84%). Os xiitas veem Ali, o genro e primo do profeta Maomé, como o seu sucessor legítimo e consideram ilegítimos os três califas sunitas que assumiram a liderança da comunidade muçulmana após a morte de Maomé. Os muçulmanos sunitas escolheram Abu Bakr (sogro de Maomé) como sucessor.

A peregrinação de Arbain marca o começo dos 40 dias de luto pela morte, no ano 680, do imã Huceine, neto do profeta Maomé, assassinado pelas tropas do califa omíada – centrado na dinastia Omíada, originária de Meca, Arábia Saudita, foi o segundo dos quatro principais califados islâmicos – Yazid, durante a batalha de Karbala.

Arbain é uma peregrinação de 80 quilômetros. Inicia na capital iraquiana, Bagdá, e segue até a cidade de Karbala, situada a sudoeste de Bagdá, a 150 quilômetros da fronteira com o Irã.

Cerca de 14 milhões de pessoas se reúnem anualmente para o evento, um dos maiores do mundo.

Cerca de 14 milhões de pessoas se reúnem anualmente para o evento, um dos maiores do mundo.