Peregrinações taoístas e budistas na China

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Quaisquer peregrinações na China reúnem milhares de pessoas, pois o país tem 1,45 bilhões de habitantes. As religiões com mais seguidores naquele enorme país são o taoísmo, o budismo e o confucionismo e, muitas vezes, há um sincretismo. Em muitos templos chineses cultuam-se duas ou até as três religiões.
O taoísmo, hoje com cerca de 300 milhões de seguidores na China, é uma das religiões indígenas e sua ideologia deriva de antigas tradições, incluindo Huang-Lao, que foi a mais influente escola de pensamento chinesa no início do século II a.C., em busca de soluções para fortalecer a ordem feudal como retratado na propaganda de Zhou – a dinastia Zhou foi uma das mais antigas e governou a China entre os anos de 1.046 e 256 a.C.
O budismo, com mais de dois milênios de história na China, chegou através da fronteira com a Índia. Hoje, na China, há cerca de 40 mil monges e monjas e mais de 5 mil templos e monastérios. É difícil avaliar o número de praticantes, pois estão espalhados por toda a China.

O Ano Novo Chinês
Muitos países orientais, incluindo a China, seguem um calendário tradicional, distinto do ocidental.
O calendário chinês é lunissolar – os chineses têm dois calendários, um solar e um lunar, e o Ano Novo cai na segunda lua nova após o solstício de inverno no hemisfério norte (21/22 de dezembro, quando no hemisfério sul começa o verão). Isso costuma resultar em alguma data entre 21 de janeiro e 20 de fevereiro.
Os chineses relacionam cada novo ano a um dos doze animais que teriam atendido ao chamado de Buda para uma reunião. São eles o rato, o boi, o tigre, o coelho, o dragão, a serpente, o cavalo, o carneiro, o macaco, o galo, o cachorro e o porco.
Hong Kong, que até 1997 foi colônia inglesa, é um dos mais importantes lugares onde se celebra a ocasião. É uma cidade em que as tradições se mantêm melhor que na China continental, onde o Partido Comunista impôs décadas de revisão cultural e pouca atenção às tradições chinesas.

                            Ano Novo chinês, Hong Kong

Os principais templos onde acontecem peregrinações em Hong Kong
O Templo do Céu (Tian Tan Gongyuan), construído no século XV e reconstruído em 1889, foi utilizado para orações do imperador para boas colheitas.

                            Templo do Céu – Hong Kong

O Templo Wong Tai Sin carrega a crença de que Wong Tai Sin, o monge taoísta que se tornou uma divindade em Heng Shan, faz todo desejo se tornar realidade. O templo abriga as três principais religiões chinesas: taoísmo, budismo e confucionismo.

                            Templo Wong Tai Sin – Hong Kong

O Grande Buda e o Mosteiro Po Lin abrigam uma variedade de estátuas budistas sagradas. O Tin Tan Buddha, de 34 metros de altura, fica em frente ao mosteiro.

                            Mosteiro Po Lin

Templo Che Kung em Sha Tin, homenageia Che Kung, o comandante militar da dinastia Song, por seu poder mítico em reprimir revoltas e combater as pragas.
Ching Chung, que significa literalmente “pinheiro sempre verde”, comemora os ensinamentos de Lü Dongbin, um dos oito imortais no taoísmo.
Com o nome de duas montanhas divinas, a Montanha Fung Lai e a Montanha Ying Chau, Fung Ying Seen Koon é um local sagrado para o taoísmo em Hong Kong.

As montanhas sagradas da China
São as montanhas associadas ao taoísmo e ao budismo. O primeiro grupo é conhecido pelo nome de Cinco Grandes Montanhas, e o segundo como Quatro Montanhas Sagradas do Budismo, e são importantes locais de peregrinação.

As cinco grandes montanhas do taoísmo
Também são conhecidas de acordo com os pontos cardeais: Montanha do Norte, Montanha do Sul, Montanha do Oriente, Montanha do Ocidente, e Montanha Central.
De acordo com a mitologia chinesa, as Cinco Grandes Montanhas tiveram origem no corpo de Pangu, o primeiro ser e criador do mundo. Devido à sua localização oriental, o monte Tài Shãn é associado ao nascer do Sol, significando nascimento e renovação. Devido a essa interpretação, é frequentemente visto como a mais sagrada das Cinco Montanhas, e se atribui a sua origem à cabeça de Pangu, enquanto o monte Heng, em Húnan, teria vindo do braço direito de Pangu, o monte Heng, em Shãnxi, do braço esquerdo, o monte Song do seu tronco, e o monte Hua dos pés.
Montanha Oriental – Tài Shãn, situa-se ao sul da cidade de Jinan, na província de Shandong, tem 1.532 metros.

                            Tài Shãn

Montanha Ocidental – Huà (Montanha Esplêndida), situa-se na Província de Shaanxí, a 120 quilômetros da antiga capital imperial, Xi’an, região central da China, tem 1.997 metros. Para se chegar ao monte percorre-se por uma tábua de madeira de aproximadamente 30 centímetros de largura.
Montanha Meridional – Héng Shãn (Montanha do Equilíbrio), situa-se na Província de Húnan, tem 1.290 metros.
Montanha Setentrional – Héng Shãn (Montanha Permanente), situa-se na Província de Shãnxí, tem 2.017 metros.

O Templo de Xuankong, localizado entre os penhascos do pico de Cuiping, era originalmente chamado de “Pavilhão de Xuan Kong”. “Xuan” é derivado dos ensinamentos taoístas chineses e “Vazio” é derivado de ensinamentos budistas. Foi construído em 491, é um templo taoísta, budista e confucionista. Existem mais de 40 salas no templo, que abrigam centenas de estátuas de bronze, ferro, argila e pedra.

                               Templo de Xuankong

Montanha Central – Sõng Shãn (Montanha Sublime), situa-se na Província de Hénán, tem 1.494 metros.

As quatro grandes montanhas do budismo na China
Wutái Shãn é o local de residência do bodhisattva da sabedoria, Manjusri, e fica na Província de Shãnxi, tem 3.058 metros.

                         Wutái Shãn

Éméi Shãn (Alta e Sublime Montanha), fica na Província de Sìchuan, tem 3.099 metros, onde mora o bodhisattva Samantabhadra.

                                Éméi Shãn

Jiuhuá Shãn (Montanha das Nove Glórias), fica em Chizhou, na Província de Anhuí, tem 1.341 metros, e é dedicado ao bodhisattva Jizó, protetor dos seres do reino dos Narakas.

                                Jiuhuá Shãn

Putuó Shãn, fica na Província de Zhèjiang, a montanha é dedicada a Avalokitesvara (Guan Yin), bodhisattva da compaixão.