Reencarnação

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As ideias reencarcionistas no Ocidente podem ser encontradas no século VI a.C., na época de Orfeu (personagem da mitologia grega). Pitágoras de Samos (570 a.C.- 495 a.C.), filósofo pré-socrático, também se liga à doutrina da reencarnação. Sócrates, que se conhece através de seu discípulo Platão (aproximadamente 428 a.C.), explicou o sentido da palavra alma fazendo referência aos poetas órficos, que viam o corpo como uma prisão para a alma que cumpria sua pena presa no mundo da matéria. O orfismo se desenvolveu como um conjunto de crenças e práticas religiosas ocultas e ficou conhecido por causa de sua relação com o deus popular Dionísio (deus do vinho, das festas, da alegria, da fecundidade, e do teatro na mitologia grega), outro nome comumente associado ao pensamento reencarnacionista.

A primeira referência à reencarnação nas obras de Platão está no Mênon, em que argumenta que a mente, ou a alma, tem atravessado muitas existências, tanto dentro como fora dos corpos. Posteriormente, no Fédon, a ideia da reencarnação se desenvolve, e Sócrates diz que a alma é invisível, não composta, sempre a mesma e eterna; que ela é imortal e não deixa de existir após a morte. O filósofo conclui que todos observaram alguma forma de morte, e que tornar-se vivo é tornar-se o oposto de morto. Portanto, a vida vem da morte. Na obra A República, Sócrates conta a história de Er, que foi morto em combate e retornou enquanto seu corpo estava deitado numa pira funerária. As ideias de reencarnação foram desenvolvidas em Fedro e em Timeu, nos quais Sócrates articula crença na transmigração. As Metamorfoses de Ovídio, do poeta Ovídio (14-43 d.C.), têm um discurso em que dá apoio à ideia da transmigração. Diógenes Laércio, historiador (180 d.C.), um dos mais importantes biógrafos de Pitágoras, cita que esse foi o primeiro a dizer que “a alma presa ora em uma criatura, ora em outra, assim percorre uma ronda ordenada pela necessidade”.  Se há reencarnação, então a morte é o maior rito de passagem pelo qual se chegará a passar. É por isso que algumas pessoas dizem que toda a vida é uma preparação para a morte. “A resposta à vida humana não pode ser encontrada dentro dos limites de uma vida” – Carl Jung. A morte e o terror dela: todas as religiões históricas se dedicam a esse mesmo problema, como suportar o fim da vida.