Religião na Roma Antiga
A religião na Roma Antiga caracterizou-se pelo politeísmo, e assim permaneceu de meados do século VIII a.C. até a conversão ao cristianismo, que foi legalizado por Constantino em 313 d.C., e depois se tornou a religião oficial do Império no ano 380 d.C., por ordem de Teodósio I. A crença dos romanos antigos tinha elementos que combinavam influências de diversos cultos das épocas proto-indo-europeias e, posteriormente, de crenças etruscas (povo que habitava o norte da península itálica e acreditava na existência de vários deuses – as três divindades etruscas mais importantes eram Uni, Tinia e Menrfa –, que eram cultuados em templos, sendo comuns também as adivinhações e profecias realizadas pelos sacerdotes), gregas, fenícias e frígias (povo da região centro oeste da Ásia Menor), que foram sendo incorporadas aos costumes dos romanos.
A religião não estava imbuída de nenhum ideal de moralidade nem impunha dever moral a um ser superior. Existia um conjunto de fórmulas que compunham uma comunidade religiosa, baseada em uma série de ritos, alguns privados e outros públicos. A relação entre homens e deuses tinha uma conotação objetiva e não mística. Tampouco havia um corpo de sacerdotes congregados numa instituição eclesiástica. As pessoas que exerciam funções religiosas eram funcionários do Estado, muitas vezes desempenhando outros ofícios, além dos religiosos.
Os deuses dos antigos romanos, à semelhança dos antigos gregos, eram antropomórficos, ou seja, eram representados com a forma humana e possuíam características como qualidades e defeitos de seres humanos.
De acordo com a mitologia romana, homens e deuses precisavam viver em harmonia e com confiança mútua. Os rituais e cultos tinham como propósito agradar aos deuses, pois toda a saúde, a proteção e o sucesso na guerra, no amor, nas colheitas fartas e todas as outras coisas relacionadas à vida dos homens dependiam da felicidade dos deuses.
O Estado romano propagava o culto a deuses como, por exemplo, Júpiter, pai dos deuses; Marte, deus da guerra; Apolo, deus do Sol; Vênus, deusa do amor e da beleza; ou Minerva, deusa da sabedoria e da justiça. Em honra a esses deuses eram realizados festivais, jogos e sacrifícios. Posteriormente, com a expansão romana que conduziu ao Império, muitos deuses das regiões conquistadas também foram incorporados aos cultos romanos, assim como alguns deuses romanos foram incorporados às crenças das regiões conquistadas.
No âmbito privado, os cidadãos, por sua vez, tradicionalmente buscavam proteção nos deuses domésticos, os chamados lares, e nos deuses dos antepassados, os penates, que protegiam as famílias e o cotidiano das pessoas.
Ao contrário dos gregos, que desde cedo tinham organizado um panteão estruturado, os romanos apresentavam, no começo de sua época histórica, apenas um agrupamento hierárquico das divindades.